DO CANGAÇO A DESCENDÊNCIA. SÉRIE B É DE NASCENÇA.

Panela Adquirida Junto A Um Ex-jogador Do Ixpó

“Fingimos que fomos e vortemos... ... óia nóis aqui traveis!” Bem que essa musiquinha caberia muito bem à nossa próxima vítima nesse longo e enfadonho Brasileirão, mas em se tratando do Ixpó (campeão Brasileiro de 1987 sem nem mesmo ter vencido a Série B do mesmo ano) o certo seria que adaptássemos a música para “fingimos que vortemos, mas iremos”. Poucos clubes pequenos conseguem a façanha das cabeçudas genéricas de mais cair que subir. Vezes na Série C, vezes na B, vezes na D e raramente na A, os caras nem disfarçaram que seus uniformes foram adquiridos numa feira de bode a céu aberto numa barraquinha falsi do Mengão. Admiram e nos admiram, invejam e por vezes choram, amam-nos tantos que esse sentimento todo já se tornou doentio, mas nunca aprendem a se comportar como um verdadeiro rubro-negro extreme.

Também comportar-se como rubro-negro extreme, só o Mengão Papão Maior consegue fazer, o único do Brasil a não sujar as cores sacras nas pestilências subalternas da cavernosidade futebolística tupiniquim. Não é tarefa fácil usar essas cores. Porém como somos impiedosos e possuímos DNA matador, pouco nos importamos para a fragilidade da presa, afinal os urubinhas estão famintos e leão fedendo é leão morto, já dizia o poeta.

Poeta esse que usou sua veia de profeta para cravar que ano após ano, do Oiapoque ao Chuí sempre que os cabeçudos adeptos da dieta rapadura, farinha e vento pro sudeste avistarem seu sonho maior, o portal que sempre desejam atravessar, o vento que diariamente derruba suas palafitas, esses estamparão aquelas faixas mendigando um título que nem eles mesmos comemoram. Esse papo de 87 é como pirraça de neném que já levou sua sova diária e espernear é uma forma minúscula de dizer que apanhou, mas está vivo. Lastimável esse Atlético-PR do Nordeste.

O fato é que jogos contra os vizinhos do cacto e caveira de boi são tão interessantes que assistir se torna um espetáculo ao qual me sinto péssimo em ver gratuitamente, pois a diversão é tanta que eu deveria pagar pelo resto dos dias de minha vida para compensar tamanho prazer. Todavia isso não ocorre e só o que me resta é acompanhar cada fase existente, desde a chegada da deleção do Ixpó em seus jegues turbinados 2.0, aqueles isopores lotados de um suco amarelado, cheio de formiga até aquele quibe que de tão velho já está ressuscitando. Mas é de se imaginar tamanha contenção de despesas. Pra que gastar uma fortuna em energéticos e ônibus se metade dos jogadores que vem ao Rio disputar a partida abandonam o futebol e passam a vender panelas, vassouras, fronhas e fazer biscate desentupindo fossa e instalando gato net? Ponto pra diretoria do Ixpó.

Flamengo até na Reencarnação!

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