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    quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

    FESTA NO CAFOFO

    Se Comportem. Isso É Um Lar Flamengo

    Salve Nação Rubro-negra! Gostaria de começar o post com uma pergunta que certamente todos fizeram após o jogo de ontem: “Todas as partidas do Mengão na Libertadores serão assim?”. Porque se forem, muito obrigado! Como toda boa noite flamenga a torcida já chegou mostrando o cartão visitas, ao estilo bem mulambo como aquele anfitrião que fica abanando a churrasqueira e servindo os convidados, que por sua vez podiam sim participar da festa desde que não arrumassem tumulto. Seguindo o que é de praxe de todas as nações universais, os súditos do Colosso Alado rapidamente se impuseram entoando o louvor mais lindo do planeta, Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer! e assim deixando claro à vizinha que o barulho dos secadores jamais atrapalharia o andamento de nosso samba. Principalmente quando o mestre sala, principal estrela da festa entra literalmente voando.

    Poucos minutos de partida e deu pra perceber que o fogo pegou maneiro e a comilança estava prestes a começar. Em nosso barraco venta, e venta com pressão, logo o sufoco no preparo das carnes é coisa que todo mulambo bem servido já sabe de cor e salteado. Felizmente a galerinha presente no cafofo tinha noção e parece já ter ido forrada para aguentar a chegada de Leonardo Moura e a entrada da festança. Nada de salada, afinal isso é Flamengo. Diet e light só na prateleira do armazém, o cardápio aqui é gordura, nervura, picanha e contra-filé.

    Léo Moura, aliás, desde o início deixava claro quem puxava o samba da companhia. No ritmo, na presença, no passinho, botava os gringos pra dançarem e deixava a velharada louca. Até um cara pra acompanhar mestre Léo tinha. Não nos preocupávamos mais com isso. Estava na cara que naquela noite, Senhor Moicano estava imbatível.

    O samba ia de boa, a carne estava no ponto, a cerveja estupidamente gelada, mas o cafofo sempre será o cafofo. E como venta! Os penetras tentaram melar com a festa, arriscaram fazer barulho, colocaram em xeque o psicológico da negada. Ameaçou rolar um corre-corre, o samba parecia querer desandar, o cara do pandeiro já não tinha o mesmo pique, mas e o mestre Léo? Mestre Léo estava vivo, estava atento e num passe mágico, como o estopim de um perfeito desfile na Sapucaí entregou para o principal talento da companhia a responsabilidade de acabar com a palhaçada e garantir logo o 10. Só se esqueceu de avisar o cara que não precisava humilhar. Era só dar um papo no penetra que ele saía. Não havia a necessidade de fazer o gringo passar carão e terminar a festa estirado no chão. Ainda rolou o maior barraco pra deixar a festa bem mulamba. Até guardei pra vocês conferirem. Cliquem aqui.

    Mas era tarde. O sucesso da festa flamenga já estava garantido, a vizinhança já arrumava folhas de parreiras para encobrirem suas vergonhas e o morrão vinha abaixo, agora na ruas comemorando com muito porre o genuíno flamenguismo ali presenciado e a desonra muda sobre forma de acanhamento por parte dos secadores.

    Festa encerrada, barraco lavado e cascos guardados, era hora de juntar as sobras e mandar pra fossa vacilão. Pelo menos foi isso que mandou fazer a dona do pedaço.

    Menos mal. Por que no mundo real todo mundo se vai, todo mundo se muda, todo mundo envelhece e em meio a isso tudo apenas a glória do meu Mengão permanece.

    Flamengo até na Reencarnação!

    PS: Não deixem de curtir minha coluna semanal no Bandeira Dois.Com clicando nesse link coloridinho e conferindo o que rola por lá.

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