Flamengo Ardentemente Com Denodo E Fé |
Salve Nação Campeã do mundo! É certo, claro, óbvio e evidente que nesse 13 de dezembro toda a nossa plebe majestosa está mais humildemente arrogante do que aquele time de 1981 quando voltou com o caneco do Japão e certamente deu aquela desfilada ante os mauricinhos, os zebradinhos e coitadinhos. Também pudera, 30 anos que nossa bandeira foi cravada no dedão de Zeus, na terra do Goku e o máximo que nossos ex-rivais conseguiram (alías, o Vice Forever) foi conseguir 2 segundos lugares pateticamente ridículos, e levar-nos perto do orgasmo pós Liverpool da turma de Zico, Nunes e cia.
O 13 de dezembro de 1981 fez de toda a Nação Rubro-Negra o único povo do mundo que vive um dia que nunca terminou. Vivos, mortos, pré e pós 81, todos vivem tal fatídico dia como se estivesse lá. No alto de meus 25 anos não presenciei, mas assim como aquele negrinho flamenguista de pouco mais de 3 anos usando sua camisa desbotada do Flamengo, sempre que assisto o gol de Adílio e os outros 2 tantos de Nunes, comemoro, corro, grito e preciso ser contido.
Ser campeão do mundo é mais que simplesmente um sonho utópico pra essa gente pelada cujo único orgulho é algo papável construído por meros mortais na base de concreto, vigas e vergalhões. Ser campeão do mundo e lembrá-los disso é tocar trombone à meia-noite, é o batuque mulambo do barzinho abaixo do ap, é o medo, o pesadelo consciente que nunca os deixaram dormir. Acham fácil correr, suar, contratar, pregar, batalhar, e às vezes conquistar, mas passada a euforia relembrar que aquilo era um estadual, um Brasileiro, uma Copa do Brasil e não um Mundial?
Pensam ser simples aturar aquele senhor já avançado em idade, com os pés inchados, cabelos ouriçados e uma olência forte de cachaça ignorando sem o menor ressentimento o doutor em seu carro do ano e gritando há 30 anos “Campeão do Mundo”? Realmente nossos co-irmãos rebaixadinhos dão uma aula de tolerância e autocontrole, porque há 3 dezenas de anos que aguentam dia após dia nosso primeiro “Chupaaa!”
Raul, Marinho, Mozer, Leandro, Júnior, Andrade, Adílio, Tita, Nunes, Lico e Zico, os onze principais daquela conquista deixaram um legado e aumentaram em muitas libras, causando o “já pesou” composto profeticamente por Lamartine Babo, em nosso hino tão cantado. Após esses heróis, qualquer ser mortal que vista o manto rubro-negro deve buscar cotidianamente a imortalidade, característica de todo guerreiro flamengo. Não basta jogar, tocar de lado, fazer gols e correr pro abraço. A torcida exige mais, a torcida não quer um time, a torcida não quer um dream team, a torcida não quer uma seleção. A torcida exige mais. E tudo que ela quer até uma criança sabe. Mais do que uma puta equipe, queremos ter, testemunhar com nossos olhos o autêntico Flamengo. Aquele que nos daria um desgosto profundo se por acaso faltasse no mundo.
Parabéns Nação! Há 30 anos gritando chupa e sem nenhum sinal de revide.
Flamengo até na Reencarnação!
PS: Aê galerinha. Não deixem de curtir todas as segundas-feiras minha coluna esportiva no Bandeira Dois. Bora lá repetir a moral que vocês sempre me deram aqui. Valeu!
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