O Que Temos, Fomos E Somos Pode Ser Provado |
Salve Nação! Nesses dias em que nada de interessante acontece e nossa precoce eliminação na Libertadores tirou significativamente o doce da boca da mídia velhaca colorida, até esse blog que tem mais assunto que enterro de corno passa por dias difíceis. Ainda bem que admitimos ser mulambos e seguindo lógica flamenga do nada pra fazer, na falta de termos o que falar iremos zonear o barraco alheio.
Logo ali do lado, na colina, existe um barraco tipo esse só que mal frequentado. O dono é meu amigo e por isso vou dar uma sacudida na palafita do cidadão. Há uns meses fiz um post recorde de curtições onde falava da lorota viceína de ter inserido negros no futebol e que a balela ia tão longe que tiravam o mérito do Bangu e excluíam do futebol Francisco Carregal. Essa semana vi e ouvi sobre a réplica lá na caverna dos viceínos (onde o dono do espaço no último título carioca de seu amoreco nem podia tirar carteira de habilitação) e senti-me tentado a dar minha tréplica cheia de maldade e compromisso com a verdade.
Com base no grandessíssimo e cultuado Peter Schereier Mário Filho fica óbvio que o chilique do Vasco com a AMEA não foi por amor ao negro, mas (desculpem a rima) amor ao rego. Afinal ou era jogar com um monte de afro-descendentes uma liga não-oficial ou mostrar pro mundo que não tinha time. “Os jogadores do Vasco ficavam em Morais e Silva, como alunos de colégio interno. Tinha hora de saída, todos juntos (…) O português achando que todo cuidado era pouco” (FILHO, 2003, p. 122 e 123).”
O tratamento dado ao time era coisa esquisita, se tratava de um time de colégio interno, remanescentes de uma escravidão até então recém-findada. Não se tratava de um time de alguns negros, mas de maioria (senão totalidade) negra. Não era questão de ser bom para os negros, porque a veridicidade é que os negros eram bons pro Vasco e não o contrário. “O Vasco não fazia pretos: para o preto entrar no Vasco tinha de ser já bom jogador. Entre um branco e um preto, os dois jogando a mesma coisa, o Vasco ficava com o branco. O preto era para a necessidade, para ajudar o Vasco a vencer.” (FILHO, 2003, p.120)”
Aí entra a segunda parte da questão. Vascaínos afirmam que o Bangu inseriu, mas apenas o Vasco quando questionado lutou. Claro, embora ambos fossem clubes pequenos – “Ninguém ligou para importância à ida do Vasco para a primeira divisão. Que é que podia fazer um clube da segunda divisão (…) (FILHO, 2003, p. 121)” – o Bangu sempre se encontrou em situação mais complicada financeiramente, não tinha a burguesia portuguesa dominante e possuía um time misto. Somando os fatores, obviamente poderia abrir mão de um jogador para não dar adeus ao time e ao futebol. O Bangu fez o que o Vasco queria, mas não podia fazer. Se a ordem era sem negros, se você tem 3 negros conversa e joga com 20, se você possui 1 negro, conversa e joga com 22, mas se você tem 23 negros oriundos do colégio interno que lutam contra o jacobinismo pós-século XIX... dá chilique, percebe a situação que encontra, faz o inequívoco e inevitável e conta com os burgueses para espalharem uma mentira centenária.
O preto brasileiro já sofreu demais, chegou na Terra Mãe Gentil como mão de obra escrava, nunca foi tratado como imigrante digno e por isso creio que não precisa de uma mentira dessas para se sentir melhor. Até porque um clube que leva como estandarte a cruz esmagadora de minorias desmente uma farsa dessas sempre que pisa em campo, sempre que veste a camisa.
Flamengo até na Reencarnação!
PS1: Não deixem de curtir minha coluna semanal no Bandeira Dois.Com clicando nesse link coloridinho e conferindo o que rola por lá.
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