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    quinta-feira, 28 de novembro de 2013

    AMOR DE PAI E FILHO. AMOR DE PAI PRA FILHO

    Amor Que Não Se Mede
    Fim de noite, o pai já cansado e seu filho apresenta-se visivelmente emocionado, em prantos, ofegante para um longo e penoso desabafo.

    -Pai, pai!

    -Diga, meu filho. O que houve? Assim você me deixa preocupado.

    -Ah, meu pai. Eu precisava muito desabafar com o senhor sobre umas coisas que aconteceram enquanto o senhor esteve fora. Mas ao mesmo tempo fico receoso. O povo vive dizendo que não sou seu filho verdadeiro e isso me trava na hora de conversar com você.

    -Meu filho, não diga isso jamais. Ainda que não seja seu pai biológico, fui eu quem te criei e fiz ser quem hoje és. Pai é quem cria.

    Convencido do amor de seu pai, o filho cai em prantos ainda maiores e despeja sobre o peito de seu velho suas verdades.

    -Sabe pai, desde que o senhor entrou em coma, em 2010, minha vida mudou. Sem o senhor, minhas notas e rendimentos caíram muito. Só fiz vergonha. Pra ter uma noção fui o pior da classe naquele ano e quase fui reprovado.

    -Nossa, meu filho, mas por quê?

    -Ah pai! Sem o senhor tive que morar noutro lugar e não fui tão bem recebido. Sentia muito a sua falta.
    -Não ligue, meu garoto. O importante é que no ano seguinte você se recuperou... Não é?

    -Que nada, velho! Dei uma melhorada, comecei o ano bem, mas terminei caquético. Não corri o risco de ser reprovado, mas ainda assim foi um ano pra se esquecer.

    O pai assustado e convencido da falta que fizera abraça seu filho e fica apreensivo pelo próximo relato. Na torcida que seja algo bom em relação ao garoto. Mas mal termina o abraço e o menino já começa.

    -Mas pai, 2012 foi horrível. Foi o ano em que mais senti saudade sua. Fui chacota dos garotos da classe, faziam piadas comigo. Um bullying interminável. Confesso que quase joguei a toalha. Só resisti porque tenho amigos, e não são poucos.

    A essa altura o pai já caia em seu rosto, lacrimejando em jatos, deixando de lado o orgulho e sucumbindo à sua humanidade paterna.

    -Filhão, minha vida, meu tudo. Esqueça isso, seu pai está aqui. Sei que sofreu, mas estou aqui. Não tem porque temer. Esse choro seu, ainda que compreensível, é desnecessário. Pra que tristeza? Eu voltei!

    -Não pai. Esse choro não é de tristeza, é de alegria!

    -Alegria? Indaga o pai.

    -Sim, alegria. Porque esse ano o senhor voltou e eu deixei de estar desprotegido. Agora eu tenho quem me defenda, dê abrigo e zele por mim. Comecei o ano desacreditado, mas aqui estou. Já aprovado e pronto para o ano seguinte. Os que riam de mim, hoje sofrem para que possam desfrutar do gozo da aprovação junto comigo. E Pai, fui tão bem, mas tão bem que consegui uma bolsa pra ano que vem estudar no continente.

    O pai, boquiaberto de alegria, dá um longo abraço seguido de um paternal beijo no garoto e não se contendo em emoção promete ao filho que contaria ao mundo os feitos de seu herdeiro. Sem pensar duas vezes o garoto promete o mesmo sobre o pai, cada um corre para a janela de seus respectivos quartos e bradam, de todo pulmão os agradecimentos seguidos de seus nomes, pai e filho.

    -Obrigado, meu filho FLAMENGO, por tudo. Sem você seu velho pai não teria o mesmo brilho, a mesma força, o mesmo reconhecimento. No que precisar, conte comigo. Sabe que eu sou seu!

    -Obrigado MARACANÃ. Você é o melhor pai do mundo. Só prometa que nunca mais vai me abandonar.

    E assim terminou a noite de quarta feira para pai e filho extremamente felizes na simbólica cidade do Rio de Janeiro.



    FLAMENGO ATÉ NA REENCARNAÇÃO!

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